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Monday, May 14, 2007

Eles andem aí

Dennis Hope

Afinal há mais totós do que eu pensava! Senão acreditam leiam a notícia. Não sei se concordam comigo mas acho que a conservatória do registo predial da embaixada lunar deve estar sediada na Universidade Independente.Quanto a este senhor não sei se não se irá arrepender de ter posto os seus pezinhos no nosso cantinho onde empresas como a Bragaparques fazem cair executivos camarários à custa de negócios obscuros. Mais valia pôr-se a milhas para a galáxia mais próximanão vá a PJ apanhar-lhe um escuta telefónica que o comprometa ou então talvez se devesse dedicar à recolha dos calhaus que caiem do céu que mais não são do que asteroides do seu próprio sistema solar que andam a poluir a nossa atmosfera.



«Americano está em Portugal a vender terrenos na Lua por 25 euros o hectare 10.05.2007 - 23h44 Lusa
Dennis Hope, um americano que se nomeou Presidente do Governo Galáctico, está em Portugal para vender terrenos na Lua "com vista para a Terra", um negócio que começou há mais de 20 anos e parece render-lhe milhões.
Num luxuoso hotel de Lisboa, Dennis Hope deu esta manhã uma conferência de imprensa para inaugurar a Embaixada Lunar em Portugal, um espaço na internet onde qualquer um pode comprar "a sua propriedade com vista para a Terra" por 25 euros o hectare. O homem diz ser dono da "única agência imobiliária legalmente habilitada para vender terrenos no espaço" e já negociou certificados de propriedade com mais de 300 mil pessoas. Entre os seus clientes estão personalidades políticas como Ronald Reagan, Jimmy Carter e George W. Bush e as estrelas de Hollywood Nicole Kidman, Clint Eastwood, Tom Cruise e John Travolta, garante o site www.embaixadalunar.com. A partir de hoje, também os portugueses podem adquirir uma propriedade por 25 euros o hectare, recebendo como garantia uma Escritura Lunar, uma Constituição, um mapa da propriedade, os Direitos Minerais e uma cópia da declaração original de detenção de propriedade da Lua. "Não acredito que alguém pense que está realmente a adquirir um hectare da Lua", disse o jurista da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), Luis Salvador Pisco. "Em termos legais esta é uma situação em que as pessoas não poderão vir a invocar que houve uma burla, porque é demasiado evidente o que se está a passar. Suspeito que nenhum tribunal possa vir a dar razão" a futuros queixosos, alertou o jurista. No entanto, e de acordo com vários sites na internet, o negócio já rendeu mais de seis milhões de dólares (4,4 milhões de euros) e a Embaixada Lunar garante aos futuros clientes ser impossível vender o mesmo terreno a mais de uma pessoa. A embaixada fornece ainda informações pertinentes aos futuros proprietários, como a distância da Terra a que ficará o seu novo terreno: 384.400 quilómetros. O lunático projecto que hoje chegou a Portugal começou em 1980, quando Hope foi ao registo de terras de San Francisco (Califórnia, Estados Unidos) e requereu a propriedade de todo o sistema solar, à excepção da Terra e do Sol. O americano reclamou a propriedade da Lua e de outros planetas baseando-se numa lei do Velho Oeste norte-americano do século XIX, "que concede a propriedade de terras devolutas as primeiro que as reclamar", explica o site. Dennis Hope enviou cartas aos governos dos Estados Unidos da América e da Rússia e à Assembleia-geral das Nações Unidas. Sem qualquer resposta às suas missivas, interpretou o silêncio como concordância e hoje afirma ser o "legítimo dono do sistema solar".

Friday, May 11, 2007

Honestos e tótós

Honestidade e Tótózismo


Depois de um período de intensa actividade de jogo de cintura a ver se passava incólume entre tanto calduço que o povo se preparava para aplicar na minha imaculada nuca não habituada a ataque à falsa fé acho que está na altura de discutir estes conceitos pois quanto mais não seja são fundamentais para a manutenção da sanidade mental de qualquer um e segurar amizades para continuar esta caminhada que se aproxima.
Do ponto de vista do fenómeno puro podemos dizer que o cúmulo da tótózice seria encontrar um bilhete premiado da lotaria no meio do chão e pôr um anúncio no jornal à procura do seu verdadeiro proprietário (para os restantes casos análogos peço ao leitor que envide esforços através da sua capacidade imaginativa). Entre esta categoria e a honestidade pura e simples existe uma gradação de situações.Um deles é dizer a uma nossa amiga, que nos conta toda contente que acabou de fazer um novo penteado porque estava farta do seu antigo visual, que achamos horrorosa esta sua nova faceta. De alguma forma o próprio chegará a essa conclusão, senão chegar é fugir como o diabo da cruz de lho dizer. Pode parecer que é um gesto de amizade, mas é tótózismo no seu quase mais puro estado.
Já, pelo contrário, mudar pequenos defeitos dos nossos amigos ou íntimos, desde que lhe não digamos na cara que não os suportamos mais, têm toda a legitimidade e serve-nos, ainda, para poder atestar que usamos de toda a franqueza porque pensamos existir entre nós uma sólida amizade que resiste com facilidade a pequenos dissabores. Além de se ser honesto ainda se fica bem visto.
Entre estes dois extremos deixo ao vosso cuidado , que sei que são inteligentes e bem formados, a liberdade para decidir.
No entanto surge aqui uma nova categoria que eu não sei se devo incluir ou não nos tótós: aqueles que tentam limpar a sua imagem espalhando por tudo o que é canto provas de uma vida exemplar mostrando que são verdadeiros arautos do sacrificio e honestidade. Então somos bombardeados com diplomas de universidades com expediente aos fins de semana e atestados sabe-se lá de quê. Será que devemos ser honestos ao ponto de lhes dizermos cara a cara: «Não te enterres mais?»

Thursday, May 10, 2007

Recadinho

Amigos espreitas

que olham espreitam e não dizem nada, por favor deixem a vossa «assinatura» nos comentários.
Vão ver que se sentem muito melhor.

Tuesday, May 8, 2007

Agora deu-me para a poesia

Camões, grande Camões, cego mas não tolo sabiamente escreveu sobre uns belos passarões que tentam subir bem alto mas que não têm asas para se aguentarem. Assim ao mais leve sopro dão magnificos trambolhões. Aqui fica o poema, leiam e digam de vossa justiça, porque eu já lavei a minha alma

Perdigão perdeu a pena

Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a u~a alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

Luís de Camões

Saturday, May 5, 2007

Teoria dos seis graus de separação

Esta teoria diz-nos que entre cada ser humano não há mais do que seis graus de separação. Quando me explicaram a coisa deram-me um exemplo simples: eu conheço o padre, que conhece o bispo, que por sua vez conhece o cardeal que é grande amigo do Papa. De mim ao Papa não existe uma, mas várias cadeias, com menos de seis pessoas e é sobre isso que trata a teoria. Pode parecer estranho, mas afinal estamos extremamente perto de gente famosa, de um habitante nos antípodas ou mesmo talvez dos nossos supostos inimigos. Cada vez mais, num mundo mais pequeno sabemos que está sempre alguém perto. No entanto esta ligação em rede não parece trazer grandes benefícios pois é estranhamente selectiva. Serve perfeitamente para a propagação de boatos e modas mas não parece trazer grandes vantagens em termos de solidariedade pois se as pessoas se organizam para transmitir informação em rede, não parecem saber o que fazer com ela.

Tuesday, May 1, 2007

Leiam este artigo da Visao. É tão fácil falar! Pergunto-me se estes senhores que escrevem estas coisas fantásticas têm filhos e se vivem diariamente com eles. Cá para mim é paleio no masculino. Só os homens é que acham que sabem educar os filhos. O senhor esquece-se que a educação também é feita de cedências. Não todas claro. Uma criança só vê a fraqeza de um adulto se as cedências forem sistemáticas. Bem doseadas ensinam-nos a serem adultos condescendentes com o próximo.



Pergunto-me quando é que a maioria dos supostos tugas sofredores da bonomia nacional tão alardeada ( traduzo: estupidez crassa e imbecilidade latente)conseguirão perceber o que se retrata a seguir.... A DEVIDA COMÉDIA, Miguel Carvalho Quinta, 1 Março 2007 Criancinhas A criancinha quer Playstation. A gente dá. A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa. A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate. A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha. A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque acriancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente. A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando. A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua. Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta. É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada,semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa damoda, jantares e bares. A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada. A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numasférias à maneira. A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia oprocesso de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca». Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo.A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violênciaverbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e nadúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meufilho sou eu». A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha,continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazerporcarias». Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolasem zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a irparar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.