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Sunday, December 30, 2007

Ser-se ingénuo...

O Valor da Ingenuidade

O maior perigo que corre o ingénuo: o de querer ser esperto. Tão ingénuo que cuida, coitado, de que alguma vez no mundo o conhecimento valeu mais do que a ingenuidade de cada um. A ingenuidade é o legítimo segredo de cada qual, é a sua verdadeira idade, é o seu próprio sentimento livre, é a alma do nosso corpo, é a própria luz de toda a nossa resistência moral.
Mas os ingénuos são os primeiros que ignoram a força criadora da ingenuidade, e na ânsia de crescer compram vantagens imediatas ao preço da sua própria ingenuidade.
Raríssimos foram e são os ingénuos que se comprometeram um dia para consigo próprios a não competir neste mundo senão consigo mesmos. A grande maioria dos ingénuos desanima logo de entrada e prefere tricher no jogo de honra, do mérito e do valor. São eles as próprias vítimas de si mesmos, os suicidas dos seus legítimos poetas, os grotescos espanatalhos da sua própria esperteza saloia.


Bem haja o povo que encontrou para o seu idioma esta denunciante expressão da pessoa que é vítima de si mesma: a esperteza saloia. A esperteza saloia representa bem a lição que sofre aquele que não confiou afinal em si mesmo, que desconfiou de si próprio, que se permitiu servir de malícia, a qual como toda a espécie de malícia não perdoa exactamente ao próprio que a foi buscar. Em português a malícia diz-se exactamente por estas palavras: esperteza saloia.

Parecendo tão insignificante, a malícia contudo fere a individualidade humana no mais profundo da integridade do próprio que a usa, porque o distrai da dignidade e da atenção que ele se deve a si mesmo, distrai-o do seu próprio caso pessoal, da sua simpatia ou repulsa, da sua bondade ou da sua maldade, legítimas ambas no seu segredo emocional.
Porque na ingenuidade tudo é de ordem emocional. Tudo. O que não acontece com as outras espécies de conhecimento onde tudo é de ordem intelectual. Na ordem intelectual é possível reatar um caminho que se rompeu. Na ordem emocional, uma vez roto o caminho, já nunca mais se encontrará sequer aquela ponta por onde se rompeu.
O conhecimento é exclusivamente de ordem emocional, embora também lhe sirvam todas as pontas da meada intelectual.

Almada Negreiros, in 'Ensaios'

Friday, December 21, 2007

Natal

São conhecidos da física fenómenos que ocorrem apenas a magnitudes limiares, que de modo algum existem até determinado limiar codificado e conhecido da natureza ter sido ultrapassado... É evidente que a malvadez também tem o seu limiar. Sim, um ser humano hesita e oscila entre o bem e o mal toda a sua vida... Mas enquanto o limiar de maldade não for ultrapassado, a possibilidade de retorno mantém-se e o indivíduo mantém-se dentro dos limites da nossa esperança.

Martin Amis, in 'Koba o Terrível'

São estes os meus votos para este Natal:que o limiar de maldade se mantenha dentro de certos limites...

Thursday, December 13, 2007

Cão que não conhece o dono


Num post anterior fiz uma breve reflexão sobre a importância da gratidão nas relações sociais.Ser-se grato é assim uma forma de estar na vida que contribui para que cada um desenvolva nos outros, confiança. Nunca submissão.
Mas esta confiança deverá ser recíproca e por isso espera-se que, de volta se reconheça o mérito de pequenas acções.Contudo aqui surge frequentemente um tipo de gente que faz questão de esquecer o conceito de estar grato. São os chamados «cães que não conhecem dono». Peço desculpa aos cães pois a maioria reconhece o carinho do dono. De facto, a qualidade de gente a que me refiro é inqualificável. Deles nada se pode esperar e neles não se pode de todo confiar. Quando podem mordem na mão que lhes deu de comer tanto tempoe e continuam felizes!
Cuidado, as mordidelas curam mas deixam cicatriz. Um destes dias , ainda passa o carro do canil para os levar!!

Sunday, December 9, 2007

Sacudir a água do capote...

Um homem está a conduzir o seu carro, quando a certa altura se apercebe que se perdeu e encosta à berma. Entretanto vê outro homem perto e chama-o.
- Desculpe, mas estou perdido.Pode ajudar-me? Fiquei de me encontrar à 14 horas com um amigo, estou meia hora atrasado e não sei onde me encontro.
- O senhor, encontra-se num automóvel entre 38 e 39 graus de latitude norte e os 9 e 10 graus de longitude oeste, são 14h 23 minutoe e 42 segundos, hoje é quarta-feira e estão 27ºC.
- O senhor é informático?
- Como sabe?
- Tudo o que me disse do ponto de vista técnico está correcto, mas é inútil do ponto de vista prático. De facto continuo perdido e sem saber como fazer.
- E o senhor deve ser chefe, certo?
- Sim. Como advinhou?
- Fácil. Não sabe onde se encontra nem para onde ir. Fez uma promessa e não faz a mínima ideia como a vai cumprir,e agora espera que outro lhe resolva o problema. De facto continua na mesma situação em que se encontrava antes de nos encontrarmos, mas por uma estranha razão a culpa passou a ser minha...

Saturday, December 8, 2007

Ser feliz

É preciso viver um bocadinho para se perceber que só o faremos em plenitude se formos felizes. Podemos ter todos os defeitos, viver numa trama de problemas enfrentar todo o tipo de desafios e lutas que, se ainda assim acharmos que vale a pena continuarmos nesta vida, é porque somos, sem dúvida, felizes. De certeza que no fundo da alma, num local recondito de pensamentos só nossos, encontraremos uma recordação, um pensamento que nos trará de novo à vida. Assim crescerá a nossa confiança perante o mundo e o receio de nos mostrarmos ao Mundo como somos, desaparecerá. O mundo aceita-nos e fica melhor por nos saber felizes...
Autor desconhecido

Friday, December 7, 2007

Sacanear


O sacana na sua arte de sacanear é um espécime digno de admiração. Tem um talento especial que consiste em cada ambiente sofrer uma transformação, eu diria mesmo um mimetização que o cola ao cenário onde vive , numa perfeita camuflagem com as sombras nas quais se resguarda. Esta capacidade é fundamental para que possa atacar e morder um incauto que passe perto. No entanto não o faz à descarada, fá-lo sim quando a vitima olha para o lado e usa muita anestesia para suavizar a dor das mordidas. Muitas vezes a vitima nem se apercebe de como está a ser sacaneada.Estamos sempre a vê-los. Refiro-me aos santinhos que sabem de alguma coisa que podem usar contra alguém tratam de fazer chegar notícia pelos canais mais curtos junto de quem menos deveria saber do acontecimento. Nunca o fazem propositadamente pois a deixa sai sempre no meio de uma conversa como por acidente.O seu modo de actuar é imaculado!! Ninguém lhes pode apontar qualquer imperfeição. Muito cuidado que andam aí..

Monday, December 3, 2007

Para os espirítos inquietos

O guerreiro da luz aprendeu que Deus usa a solidão para ensinar a convivência. Usa a raiva para mostrar o infinito valor da paz. Usa o tédio para ressaltar a importância da aventura e do abandono. Deus usa o silêncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras. Usa o cansaço para que se possa compreender o valor do despertar. Usa a doença para ressaltar a benção da saúde. Deus usa o fogo para ensinar sobre a água. Usa a terra para que se compreenda o valor do ar. Usa a morte para mostrar a importância da vida.
Paulo Coelho

Friday, November 30, 2007

Um poema para a Kitty...para que não pense que eu sou cruel

Em relação ao meu anterior post decidi responder ao comentário com este poema que a mim desde muito cedo me impressionou por ser um hino a todos os herois anónimos que fazem a história mas que nunca ficarão para a historia.

Calçada de Carriche

Luísa sobe,

sobe a calçada,

sobe e não pode

que vai cansada.

Sobe, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe

sobe a calçada.

Saiu de casa

de madrugada;

regressa a casa

é já noite fechada.

Na mão grosseira,

de pele queimada,

leva a lancheira

desengonçada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.



Luísa é nova,

desenxovalhada,

tem perna gorda,

bem torneada.

Ferve-lhe o sangue

de afogueada;

saltam-lhe os peitos

na caminhada.

Anda, Luísa.

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.



Passam magalas,

rapaziada,

palpam-lhe as coxas

não dá por nada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.



Chegou a casa

não disse nada.

Pegou na filha,

deu-lhe a mamada;

bebeu a sopa

numa golada;

lavou a loiça,

varreu a escada;

deu jeito à casa

desarranjada;

coseu a roupa

já remendada;

despiu-se à pressa,

desinteressada;

caiu na cama

de uma assentada;

chegou o homem,

viu-a deitada;

serviu-se dela,

não deu por nada.

Anda, Luísa.

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Na manhã débil,

sem alvorada,

salta da cama,

desembestada;

puxa da filha,

dá-lhe a mamada;

veste-se à pressa,

desengonçada;

anda, ciranda,

desaustinada;

range o soalho

a cada passada,

salta para a rua,

corre açodada,

galga o passeio,

desce o passeio,

desce a calçada,

chega à oficina

à hora marcada,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga;

toca a sineta

na hora aprazada,

corre à cantina,

volta à toada,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga.

Regressa a casa

é já noite fechada.

Luísa arqueja

pela calçada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada,

sobe que sobe,

sobe a calçada,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

António Gedeão

Thursday, November 29, 2007

Os pobres coitados

Tenho observado ultimamente uma espécie que sempre me intrigou: os pobres coitadinhos.
Longe mim achar que os mais fracos devem ser remetidos para um plano inferior e deixados à sua sorte por não conseguirem encontrar o seu caminho e fazerem-se à vidinha como os demais. Nada disso. Penso que a todos devem ser dadas oportunidades na medida certa das suas capacidades e dificuldades. Até aqui o discurso pode parecer de um pretensiosismo a raiar politicamente correcto mas é o que realmente penso. De facto começo a perder a paciência com os «coitadinhos». São por norma indíviduos altamente manipuladores e prontos a sugarem o tutano de todos os que se dispuserem, por pena ou inadvertidamente, a despenderem alguns recursos e energia para os ajudarem. Normalmente são uns grandes desgraçados, a quem tudo corre mal, incapazes de se responsabilizarem pela sua vida e portanto votados a um derrotismo do qual não parecem querer sair pois receiam perder a atenção de quem tanto lhes pode dar. Vivem intensamente as situações de crise para onde habilmente se deixam arrastar pelo caos em que se embrulham. Chegam mesmo a verter lágrimas deixando o coração de quem os vê repleto de sentimentos de culpa e de uma enorme vontade de ajudar. Também sabem ser terrivelmente maus quando atiram para cima de outros as culpas de algum dos muitos insucessos que têm e não se importam com o sofrimento de quem é muitas vezes lixado para que possam levar a sua avante. Para eles tenho a dizer:-Levantem-se e sigam em frente.Não atrapalhem a vida dos que trabalham e não estão à espera que lhes tragam um carrinho...

Wednesday, November 28, 2007

A arte da bajulação

Esta arte tão em voga nos dias de hoje, deve ser divulgada para que todos tenham acesso a um conhecimento fundamental que permite obter o que se quer ou alcançar objectivos que de outra forma teriam de ser atingidos com muito trabalho. Aqui vão algumas dicas:
A bajulação é uma arte, por isso, elogie as várias qualidades do seu chefe, elogie a sua inteligência, a sua compreensão, as suas atitudes, enfim, diga tudo aquilo que eles querem ouvir de si próprios. Aprenda os passos que podem dar uma ajuda na sua carreira.


Seja específico

Elogie situações pontuais. Diga que gostou muito do comentário que o seu chefe fez sobre um determinado assunto da actualidade.


Exalte uma qualidade que realmente admira no seu chefe

Se tem receio de exagerar no elogio, aponte apenas as qualidades que acha que são dignas de se elogiar. Mas não exagere.

Misture amargura com um pouco de doçura

Sempre que possível, faça criticas juntamente com um elogio. Se fizer isto vai parecer mais verdadeiro e mais sincero..


Concorde, mas não com tudo

Encontre sempre algo trivial para discordar, isso fará com que o seu ponto de vista pareça mais genuíno!

Revele um pequeno segredo

Revele algo mais pessoal a alguém. Desta maneira vai demonstrar que confia nessa pessoa.

Uma coisa de cada vez

Nunca elogie e peça um favor ao mesmo tempo.


Nunca seja totalmente sincero quando lhe pedem opinião

Os seus superiores querem elogios, não a verdade nua e crua.

retirado de http://clix.expressoemprego.pt

Agora não digam que não ajudei... Quem é amiga quem é?

Monday, November 26, 2007

"Na primeira noite
Eles aproximam-se
E colhem uma Flor
Do nosso jardim
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam as flores
Matam o nosso cão,
E não dizemos nada.

Até que um dia
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta
E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada."

De Maiakovsk

Friday, November 23, 2007

Fruta e velhas





Uma nêspera estava na cama,
deitada, muito calada,
a ver o que acontecia.



Chegou a Velha e disse:
olha uma nêspera e zás comeu-a !


É o que acontece às nêsperas
que ficam deitadas, caladas,
a esperar o que acontece !



Adaptado de Mário Henrique Leiria, "Novos contos do gin tonic", 1974

A velha é sorrateira e não avisa quando chega...

Thursday, November 22, 2007

Solidão

«Certo dia li uma frase que me marcou para sempre: a solidão é necessária para a vida social como o silêncio para a linguagem. Na verdade acho que temos um conceito muito errado do que é a solidão. Pensamos que ela é algo de terrível e não nos poupamos a esforços para a combater. Lançamo-nos em toda a espécie de actividades e de barulho para evitar o desespero de ficar só. Um enorme disparate! A solidão é importantissima, mas a solidão verdadeira. Quando não há uma solidão verdadeira que enriqueca a vida interior das pessoas, estas procuram uma falsa solidão destruidora. A verdadeira solidão encontra-se na humildade, a falsa no orgulho. A verdadeira solidão é uma introspeção, uma separação para nos conhecermos melhor e identificar o nosso papel com os outros. Ela não precisa de um “eu” para enaltecer ou reinvindicar. A falsa solidão, como nada procura ou encontra no seu centro, tenta arrastar tudo para si. Ela é por isso egocêntrica; exige em vez de dar. A verdadeira solidão limpa e abre a alma ao mundo. A falsa fecha-a. No fundo ambas procuram distinguir o indivíduo da multidão, mas apenas a primeira consegue.»
Anónimo

Wednesday, November 21, 2007

Morrer devagar





Quantas vezes somos defrontados com a dor de uma tragédia no próximo e rapidamente nos vergamos à fatalidade do destino. Ouvem-se tiradas como : «não somos nada» ou «O homem pôe e Deus dispõe» e outras. Torna-mo-nos solidários com as vitimas e por breves instantes temos uma ténue noção da infinitude da nossa pequenez. Tentamos prolongar estes acessos de humanidade por algum tempo mas dificilmente arrepiamos caminho. E lá no fundo soltam-se suspiros de alívio pois na verdade não é connosco... No entanto muitos se esquecem que há quem viva com diariamente com a notícia de uma tragédia anunciada, um morrer devagar, uma revelação de um Alzheimer ou de um Parkinson ou de uma esclerose. Quando a tragédia surge as tiradas são diferentes: «já se estava à espera» é a mais comum. É como se a dor fosse menor pois quem se vai já não era gente, mas apenas um corpo sem alma. Os demais que os rodeiam são esquecidos,o sofrimento que tiveram de partilhar anos e anos não é digno de respeito. A morte é uma alivio para todos.Talvez seja verdade. Mas quem tem de viver com este morrer devagar sofre todos os dias. A todo o momento se fecham perspectivas e a esperança esvai-se. Nada poderá ser como antes. É como a luz bruxeleante de uma vela a chegar ao fim. Um dia vai-se e já ninguém lhe sente a falta...

Monday, November 19, 2007

Thursday, November 15, 2007

Uma receita para o Francisco


Um bolinho de chocolate para quebrar a acidez de alguns comentários.


2 chávenas de açucar
2 chávenas de farinha
1 chávena de chocolate em pó
1 chávena de óleo
1 chávena de água a ferver
4 ovos

Juntar os «secos»
Bater os ovos com o óleo
Juntar esta mistura aos «secos» e no fim, aos poucos, a água ferver.
Vaia a cozer em forno médio numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha...

Resulta sempre

Wednesday, November 14, 2007

Haja feno...




PARA REFLECTIR...



No Curso de Medicina, o professor dirige-se ao aluno e pergunta:
-Quantos rins nós temos?
-Quatro! Responde o aluno
-Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que têm prazer em gozar sobre os erros dos alunos.
-Traga um molho de feno, pois temos um asno na sala - ordena o professor ao seu auxiliar.
-E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
-O senhor perguntou-me quantos rins 'nós temos'. 'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o feno.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento!

Às vezes as pessoas, por terem mais um pouco de conhecimento ou acreditarem que o tem, acham-se no direito de subestimar os outros...

E haja feno!

Monday, November 12, 2007

Ser leal

A onda de competição em que vivemos está transformando o mercado de trabalho em uma batalha campal. Nesse cenário de salve-se quem puder, a lealdade parece uma qualidade em extinção. Mas é só aparência. A lealdade continua sendo um requisito essencial para consolidar uma relação de benefícios mútuos entre patrão e empregado; representa um ponto forte no histórico e na empregabilidade do profissional, assim como é fundamental para a competitividade da empresa.

A lealdade profissional é diferente, porém, da obediência cega e irrestrita. Ao contrário, exige o comprometimento do funcionário com os objetivos da organização. O que implica saber dizer "não" e discordar muitas vezes.

Para o consultor americano Tom Peters, a lealdade é mais importante hoje que no passado. Em um artigo sobre o tema, publicado pela revista Fast Company, Peters afirma: "Hoje, a lealdade é a única coisa que importa. Não falo da lealdade cega para com a empresa. Mas lealdade com os colegas, com a equipe, com seus projetos, com os clientes e consigo mesmo".

O que é lealdade profissional? Ser leal significa se comprometer com você, e com a empresa. Não quer dizer, obviamente, aplaudir todas as decisões dela. O empregado leal pode criticar as decisões equivocadas da companhia em que atua, desde que seja uma crítica construtiva - que é uma forma de participar do desenvolvimento da empresa. Exige coragem, envolvimento, dedicação.

É ser leal compreender a missão da empresa e oferecer o melhor de si para que ela cumpra suas metas. É leal falar a verdade - muita gente não diz a verdade por medo de punição e muitas empresas punem mesmo. O funcionário leal, porém, fala a verdade, mesmo correndo risco de perder o emprego.

Para desenvolver a lealdade de seus funcionários, o empresário precisa tratá-los como parceiros. E isso inclui: oferecer contrato de trabalho com benefícios mútuos, ou seja adotar uma política baseada no princípio "ganha-ganha"; valorizar e respeitar o indivíduo; desenvolver políticas de benefícios baseadas no mérito; reconhecer e recompensar resultados; oferecer um ambiente de trabalho agradável, motivador, que ofereça desafios para que o profissional possa utilizar plenamente suas habilidades e desenvolver novas.

Maria de Lima é editora do STS Negócios (Diário de Pernambuco)

Sunday, November 11, 2007

"Há duas coisas que ninguém perdoa: as nossas vitórias e nossos fracassos." (Millôr Fernandes)

Mesmo assim prefiro só ter vitorias!! se possível! Como aquela do Benfica 6-1 ao Boavista...

Saturday, November 10, 2007

A TESE DO COELHO

Era um dia lindo e ensolarado o coelho saiu de toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali a raposa, e, viu aquele suculento coelhinho tão distraído.

No entanto, ficou intrigada com a actividade do coelho e aproximou-se, curiosa:

- Coelhinho, o que estás a fazer aí, tão concentrado?

- Estou a redigir a minha tese de doutoramento - disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.

- Hummmm... e qual é o tema da tua tese?

- Ah, é uma teoria que prova que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.

A raposa ficou indignada:

- Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!

- Absolutamente! Vem comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.

O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns grunhidos e depois silêncio.

Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.

No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:

- Olá, jovem coelhinho! O que te faz trabalhar tão arduamente?

-A minha tese de doutoramento. É uma teoria que estou a desenvolver há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.

O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.

- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...

- Desculpe-me, mas se quiseres posso apresentar a minha prova experimental.Gostarias de me acompanhar à minha toca?

O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte.

Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redacção da sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos.

Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado, a palitar os dentes.

MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo é o tema de sua tese;

2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;

3. Não importa se as suas experiências nunca cheguem a provar sua teoria;

4. Não importa nem mesmo se suas ideias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos...

5. O que importa é QUEM É O SEU PADRINHO.......

Thursday, November 8, 2007

O degrau de uma escada não serve simplesmente para que alguém permaneça em cima dele, destina-se a sustentar o pé de um homem pelo tempo suficiente para que ele coloque o outro um pouco mais alto. Thomas Huxley

Wednesday, November 7, 2007

O baile dos delatores


Há também quem lhes chame bufos ou bufas ( eu prefiro este último pois remete para a questão dos flatos muitos apropriados ao conceito da delacção). O profissional da bufa é assim alguém que tem o ouvido e mente em alerta. Está sempre à espera de um pequeno deslize verbal à mais incauta das criaturas para absorver o trecho musical que lhe interessa e ir direitinho repetir a melodia nos ouvidos de alguém que se deixe afectar pelo comentário. Não julgo o delator, pois quem se presta tal desígnio não é gente sequer. É vazio de personalidade, é uma ratazana esquiva. Critico sim quem ouve e aceita tais comentários e faz deles uma arma de arremesso.Habituei-me a avaliar as pessoas pelo que fazem pois tudo quanto se diz são palavras que o vento leva...e não me tenho dado mal.
Lembrei-me disto só para avisar que tenho uma caixa de correio cheia de mensagens e anedotas sobre personalidades importantes. Apago as que quero e reenvio as que me interessam. Recuso-me a acobardar-me ou a amedrontar-me que me venham incomodar por isso.
E de mais a mais existiu uma revolução para que eu pudesse dizer isto, ou não?

Saturday, November 3, 2007

oops!


Decidi reconciliar-me com os fumadores e deixar de alinhar pelos fundamentalistas anti-tabaco ( excepção feita ao local de trabalho e aos locais que frequento com os meus filhos, o que dada a minha situação apenas se aplica para as casas de banho públicas) e por isso fui à procura de vantagens para esse vicio tão incompreendido. aqui vai um artiguinho para animar fumadores. Espero que cole...

«Parkinson: factores genéticos podem influir tanto como os factores ambientais

Noutra investigação, cientistas do Centro de Distúrbios Motores do Centro Médico da Universidade de Duke, nos EUA, apuraram que nas famílias afectadas pela doença de Parkinson, aqueles que fumam cigarros e bebem grandes quantidades de café têm menor probabilidade de desenvolver a doença.

O estudo sugere que os factores genéticos e ambientais podem influenciar o desenvolvimento do Parkinson, uma doença neurodegenerativa acompanhada por tremores dos braços e pernas, rigidez dos músculos e lentidão dos movimentos.

O grupo de investigadores analisou a ligação existente entre o consumo das duas substâncias e a doença de Parkinson em 356 doentes e 317 membros das suas famílias que não desenvolveram a doença. O estudo constatou que “fumar e beber café pode modificar as susceptibilidades genéticas que existem numa família afectada pelo Parkinson” refere Mark Stacy, principal responsável pelo estudo, publicado na revista cientifica ‘Archives of Neurology’ e financiado pelo Instituto Nacional de Perturbações Neurológicas e Enfarte Cerebral dos Estados Unidos.

O Parkinson está associado a diminuição da produção de dopamina no cérebro, os investigadores acreditam que o fumo do tabaco pode estimular e regular a produção desta substância. Estudos anteriores já tinham revelado esta ligação, “mas é a primeira vez que se analisa o tabagismo e o consumo de tabaco nas famílias afectadas pela doença” diz Stacy.

No entanto, como é mais do que conhecido, fumar cigarros e consumir cafeína tem os seus próprios riscos, não sendo, por isso, recomendável recorrer a estas substâncias para prevenir o desenvolvimento da doença, adverte Burton Scott, da Universidade de Duke.

Sunday, October 28, 2007

Os bons

Tenho cá uma vontade de fazer tudo mal! É verdade só me apetece fazer asneira e borrada. Quem sabe até ser perversa. Bolas. E isto tudo porque estou com os ouvidos cheios por ouvir falar certos indíviduos com o rótulo de poço de virtudes. Sim aqueles que nunca fazem nada mal e além disso ainda se exaltam ao pé dos desgraçados que por ignorância ou distracção lá metem a pata na poça de quando em vez. Refiro-me àqueles espécimes que vão à missa todas as semanas e isto porque , além de serem umas almas santas, sabem organizar as suas vidinhas e cumprir as suas obrigações. Além disso separam sempre o lixo e nunca chegam atrasados a lado nenhum tendo sempre alguma apreciação sobre qualquer acontecimento não se coibindo de emitir qualquer juízo de valor mesmo que não conheçam a totalidade dos factos. Mas pergunto eu : Ser bonzinho não deve ser a norma? não é suposto sermos todos assim? É que se for a excepção a ser exaltada então a prevaricação passa a ser normal, e eu, como não quero ser diferente vou passar a ovelha ranhosa. Está bem?

Saturday, October 27, 2007

Gratidão


Um coração agradecido não é somente a maior das virtudes, ele é a origem de todas as outras." - Cicero

Admiro muito quem faz da gratidão um dos alicerces do seu modo de vida. Vivemos numa teia de favores que se fazem e se recebem e só um sentimento de gratidão para quem connosco colabora poderá ajudar estender esta teia. Não significa de modo nenhum a submissão, mas um respeito dos mais puro que há. O ingrato é por isso um infeliz que não reconhece nenhum bem e encara com desconfiança os seus benfeitores achando que há sempre segundas intenções nas ofertas que lhe fazem. São uns tristes pois vivem numa fria e cruel solidão. Por mim reconheço a gratidão como uma importante virtude e não deixo de ajudar ingratos sempre com o sentimento de ter pelo menos cumprido o meu dever.

Tuesday, October 23, 2007

O Sofrimento do Hipócrita

Ter mentido é ter sofrido. 0 hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo e sofre um suplício. A premeditação indefinida de uma ação ruim, acompanhada por doses de austeridade, a infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar continuadamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga. Compor a candura com todos os elementos negros que trabalham no cérebro, querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fazer da disformidade uma beleza, fabricar uma perfeição com a perversidade, fazer cócegas com o punhal, por açúcar no veneno, velar na franqueza do gesto e na música da voz, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso. 0 odioso da hipocrisia começa obscuramente no hipócrita. Causa náuseas beber perpétuamente a impostura. A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjôo em que o hipócrita vomita quase o seu pensamento. Engolir essa saliva é coisa horrível. Ajuntai a isto o profundo orgulho. Existem horas estranhas em que o hipócrita se estima. Há um eu desmedido no impostor. 0 verme resvala como o dragão e como ele retesa-se e levanta-se. 0 traidor não é mais que um déspota tolhido que não pode fazer a sua vontade senão resignando-se ao segundo papel. É a mesquinhez capaz da enormidade. 0 hipócrita é um titã-anão.
Victor Hugo, in "Os Trabalhadores do Mar"

Que bela reflexão sobre esta espécie em vias de ascenção. Impõem-se a tal sofrimento que acabarão mirradinhos. É um stress permanente viver no fio da navalha. Só com muito talento e prática insistente tais espécimes conseguem sobreviver num mundo em que meio mundo anda a lixar outro meio. Tenho uma dúvida: Será que os cromos que tentam dizer tudo o que lhes vai na alma, doa a quem doer e que se revelam através das palavras e actos, chegarão algum dia a algum lado?

Saturday, October 20, 2007

« ( ... )Pedras no caminho?
Guardo todas,um dia vou construir um castelo...»
Fernando Pessoa

Wednesday, October 17, 2007

Aos meus amigos

Eu aprendi que para crescer como pessoa preciso de me cercar de gente mais inteligente do que eu.
William Shakespeare

Tuesday, October 16, 2007

A propósito do dia da Alimentação





A pobreza mais terrível é a solidão e o sentimento de não se ser amado.

Madre Teresa de Calcutá

Estranhamente estas imagens são um reflexo de uma indiferença que reina por esse mundo fora. Algo há de comum nestas imagenstão distantes. Comer demasiado também revela uma carência profunda...

Friday, October 12, 2007

Thursday, October 11, 2007

Burocracia




A pessoa devotada à burocracia perdeu a iniciativa. Está lidando com observações que lhe foram informadas, e parou de observar por conta própria. Foi essencialmente derrotada em seu trabalho"
Prof. C. Northcote Parkinson

Não imaginam como estou de acordo!Mal vai ainda quando a instituição também se esconde atrás da burocracia para justificar ausência de ideias e pior ainda, de ideais. Perdeu-se o norte e com tantos papeis a esvoaçar dentro dos gabinetes é impossível vislumbrar uma saída...digo eu

Thursday, October 4, 2007

Lambe botas

Tenho um certo medo daquilo do que vejo cada vez mais. Ainda vivo no mundo cor de rosa onde os sorrisos saem da alma e pousar da mão no ombro serve mesmo para consolar. No entanto cada vez são mais os graxistas. Aqueles que gostam de mostrar ao chefe que são bonzinhos e que só querem contribuir para o bem da humanidade em geral mas que em particular se estão nas tintas ou mesmo para lixar aqueles que se lhes atravessam no caminho. É triste ver o quanto a alma humana se pode arrastar na lama. Não tenho pachorra. Estou cheia de ver descer tão baixo. Recuso-me a passar perto quanto mais a fazer parte dessa corja sem princípios. Não suporto graxistas. Fico na dúvida relativamente aos engraxados. Quanto a mim trato rapidamente de desfazer o equívoco e quem me diz o que pensa que eu quero ouvir é bem capaz de levar uma ripeirada sob a forma de um comentário cínico e aí vão eles a escorregar na própria graxa. Quanto a muitos outros acho que se devem sentir muito bem com os sapatos a brilhar mas esquecem-se que ainda ficam ofuscados e cegos pelo reflexo.

Wednesday, October 3, 2007

esquisitices

Depois de passar uma tarde em reunião (entenda-se paleio inútil) que me toldou os pensamentos e agudizou uma certa angústia procurei uma frase que expressasse aquilo que estou a sentir. Aqui vai:
Qualquer simples problema se pode tornar insolúvel se fizermos um número suficientes de reuniões para o discutir.
(Arthur Bloch)
Talvez seja este o corolário de tantos inúteis deste país que primam pela falta de criatividade e de genenerosidade genuína para fazerem parte da solução de um problema.Tenho pena!gostava mesmo de os ajudar mas estou ocupada em reuniões.

Monday, September 24, 2007

Há que saber muito bem o que se deve pedir em oração!!!!!

«SENHOR, dai-me sabedoria para entender alguns colegas, porque se me dais força, parto-lhes a cara!!!»
(blogger anónimo)

Tuesday, September 18, 2007

Será que escrever em blogs tambem serve ?

"Morrer define-se nestes termos concisos: vi e tudo o que vi foi para nada. Escrever é tentar preencher este 'para nada', retardar a sua evidência"

(Eduardo Prado Coelho : 1944-2007)

Friday, September 14, 2007

Máxima do dia, do mês, do ano e da década



"Os membros de uma equipa vencedora lutam contra seus concorrentes. Os membros de uma equipa perdedora lutam entre si."

(J.M.Juran)

Wednesday, September 12, 2007

Histórias e mais histórias

Durante muito tempo esta fábula pôs-me a pensar:

Era uma vez um homem muto pobre. Tão pobre era que se pode mesmo dizer que era a criatura mais desgraçadinha que andou pelo mundo. Vivia num sítio miserável e quase não tinha que comer.
Um dia apareceu-lhe um diabinho, que, apesar de diabinho teve pena do sujeito e fez-lhe esta proposta:
- Se quiseres posso mudar a tua vida. Posso dar-te tudo o que desejares mas tens de ter em atenção o seguinte: Tudo o que me pedires, darei também ao teu vizinho mas em dobro. Voltarei amanhã para saber a tua decisão.
E dito isto desapareceu.
Escusado será dizer que o desgraçado do pobre ficou sem saber o que fazer. Sempre que se lembrava de alguma coisa importante que o fizesse sair da pobreza e infelicidade em que vivia, vinha-lhe sempre à ideia que o seu vizinho teria o dobro das benesses. Era verdadeiramente insuportável.Pensou, pensou, pensou e pensou até que finalmente adormeceu.
Na manhã seguinte mal abriu os olhos, lá estava o diabinho mesmo à sua frente. E foi inevitável a pergunta:
-Então já sabes dizer-me o que desejas?
Ao que o pobre homem respondeu:
- Quero que me tires um olho.
E o diabo assim fez.

Sunday, September 9, 2007

Bem pensado


A Flauta Mágica



Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse lhe facilitar o trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro lhe entregou uma flauta mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.

Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caçada, convidando dois outros amigos caçadores para a África.

Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre.

De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre que já estava próximo de um de seus amigos, começou a dançar.

Foi fuzilado a queima roupa. Horas depois, um sobressalto.

A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore.

Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se, ficando manso dançou.

Os caçadores não hesitaram e mataram-no com vários tiros.

E foi assim, a flauta sendo tocada, animais ferozes dançando, caçadores matando.

Ao final do dia, o grupo encontrou pela frente, um leão faminto.

A Flauta soou, mas o leão não dançou.

Ao contrário, atacou um dos amigos do Caçador flautista, devorando-o.

Logo depois, devorou o segundo.

O tocador, desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum.

O leão não dançava.

E enquanto tocava e tocava o caçador foi devorado.

Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles "falou" com sabedoria: - Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem o surdinho.

Moral da História:

· Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo: Um dia podem falhar...

· Tenha sempre planos de contingência.

· Prepare alternativas para as situações imprevistas.

· Preveja tudo que pode dar errado e prepare-se.

· Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir.

"Cuidado com os leões surdos".

Também eu já caí na piscina




UMA História com MORAL...
Um milionário promove uma festa em uma de suas mansões e, em
determinado momento pede que a música pare e diz, olhando para a piscina onde
cria crocodilos australianos:
- Quem pular na piscina, conseguir atravessá-la e sair vivo do outro lado
ganhará todos os meus carros.
- Alguém se habilita?
Espantados, os convidados permanecem em silêncio e o milionário insiste:
- Quem pular na piscina, conseguir atravessá-la e sair vivo do outro lado
ganhará meus carros e meus aviões. Alguém se habilita?
O silêncio impera e, mais uma vez, ele oferece:
- Quem pular na piscina, conseguir atravessá-la e sair vivo do outro lado
ganhará meus carros, meus aviões e minhas mansões.
Neste momento, alguém salta na piscina. A cena é impressionante.
Luta intensa, o destemido se defende como pode, segura a boca dos crocodilos
com pés e mãos, torce o rabo dos répteis.
Nossa! Muita violência e emoção. Parecia filme do Crocodilo Dundee!
Após alguns minutos de terror e pânico, sai o corajoso homem, cheio
De arranhões, hematomas e quase despido.
O milionário se aproxima, dá-lhe os parabéns e pergunta:
- Onde quer que lhe entregue os carros?
- Obrigado, mas não quero seus carros.
Surpreso, o milionário pergunta:
- E os aviões, onde quer que lhe entregue?
- Obrigado, mas não quero seus aviões.
Estranhando a reacção do homem, o milionário pergunta:
- E as mansões?
- Eu tenho uma bela casa, não preciso das suas. Pode ficar com elas. Não quero nada que é seu.
Impressionado, o milionário pergunta:
- Mas se você não quer nada do que ofereci, o que quer então?
E o homem respondeu irritado:
- ACHAR O FILHO DA PUTA QUE ME EMPURROU NA PISCINA!

Moral da História:
SOMOS CAPAZES DE REALIZAR MUITAS COISAS QUE POR VEZES NÓS MESMOS
NÃO ACREDITAMOS , BASTA UM EMPURRÃOZINHO.
UM F.P, EM CERTOS CASOS, É ÚTIL EM NOSSA VIDA.

Monday, June 25, 2007

Sem palavras

A Fábula do Executivo
Esta é a fábula de um alto executivo que, "stressado", foi um dia ao psiquiatra. Relatou ao médico o seu caso. O psiquiatra, experiente, logo diagnosticou:
- O Sr. precisa de se afastar, por duas semanas, da sua actividade
profissional. O conveniente é que vá para o interior, isole-se do dia-a-dia e busque algumas actividades que o relaxem.
Então, o nosso executivo procurou seguir as orientações recebidas. Munido de vários livros, CDs e "laptop", mas sem o telemóvel, partiu para a quinta de um amigo.
Passados os dois primeiros dias, o nosso executivo já havia lido dois livros e ouvido quase todos os CDs. Porém, continuava inquieto. Pensou, então, que alguma atividade física seria um bom antídoto para a ansiedade que ainda o dominava.
Procurou o capataz da quinta e pediu-lhe trabalho para fazer.
O capataz ficou pensativo e , vendo um monte de esterco que havia acabado de chegar, disse ao nosso executivo:
- O Senhor Doutor pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo
Pensou o capataz para consigo próprio:"Ele deverá demorar uma semana com esta tarefa".
Puro engano !
No dia seguinte já o nosso executivo tinha distribuído todo o esterco por toda a área.
O capataz deu-lhe então a seguinte tarefa: abater 500 galinhas com uma faca.
Tarefa que se revelou muito fácil para o executivo ansioso: em menos de 3 horas já estavam todos os galináceos prontos para serem
depenados!
Pediu logo nova tarefa.
O capataz disse-lhe então:
- Estamos a iniciar a colheita de laranjas. O Senhor Doutor vá, por favor, ao laranjal e leve consigo três cestos para distribuir as laranjas por tamanhos: pequenas, médias e grandes.
Passou o dia e o executivo não regressou com a tarefa cumprida.
Preocupado, o capataz dirigiu-se ao laranjal.
Viu o nosso executivo, com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, e a falar sózinho:
- Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena???
- Esta é pequena. Não, é grande. Ou será média???
- Esta é média. Não, é pequena. Ou será grande???
Moral da história:
Espalhar merda e cortar cabeças é fácil. O difícil é tomar decisões.

Saturday, June 16, 2007

A liberdade existe?

«New York Times
James D. Watson, descobridor da estrutura do DNA, teve seu genoma decifrado (New York Times)A empresa de Rothbergs construiu a nova máquina responsável por decodificar a seqüência do DNA de Watson em dois meses, a um custo pouco menor que US$ 1 milhão, segundo informou Michael Egholm, vice-presidente de pesquisa da 454. A seqüência foi verificada e analisada pelo centro onde trabalha Gibbs.

Watson disse que vai tornar disponível todo seu genoma para pesquisadores, com uma única exceção: o ApoE4, gene que identifica quem é predisposto ao Mal de Alzheimer. Ele não quer saber se terá a doença.

De acordo com Rothberg, Watson era “o cara certo para se estudar primeiro”, por causa de sua descoberta de que o DNA é a base para a hereditariedade. Watson também foi o arquiteto e primeiro diretor do Projeto Genoma do governo americano, que decifrou o primeiro código em 2003.

Mas aquela primeira seqüência de genoma, que é a referência atual, foi construída através do estudo de doadores anônimos e não pode ser relacionada com a informação médica de uma única pessoa.

As duas primeiras seqüências completas pertencentes a indivíduos únicos serão colocadas à disposição para pesquisadores em poucos dias. Além de Watson, o outro pertence a J. Craig Venter, que quando era presidente da Celera Corporation iniciou um projeto de genoma humano em paralelo com o do governo.

Venter deixou a Celera em 2001, após produzir apenas um rascunho de seu próprio código. Ele continuou os estudos no instituto que criou e depositou a conclusão do trabalho no GenBank, uma base de dados pública de DNA.»




Há quem defenda que somos donos do nosso destino. Tudo o que nos acontece por nós foi despoletado pois na verdade somos feitos de materia e alma. Esta última é como um pedaço de matéria divina que controla os nosso corpo como se de uma marionete se tratasse. Nela se geram os nossos sofrimentos, alegrias, glorias e vergonhas. Mas as ciências vieram dar um novo significado a este princípio atribuindo à natureza da materia a propriedade de condicionar o livre arbitrio. Saber o que somos é fundamental para que a realidade circundante na qual se inclui o estar com os outro, faça sentido.
Por mim gostava de continuar a pensar que os meus genes não me vão impedir de sonhar.

Monday, May 14, 2007

Eles andem aí

Dennis Hope

Afinal há mais totós do que eu pensava! Senão acreditam leiam a notícia. Não sei se concordam comigo mas acho que a conservatória do registo predial da embaixada lunar deve estar sediada na Universidade Independente.Quanto a este senhor não sei se não se irá arrepender de ter posto os seus pezinhos no nosso cantinho onde empresas como a Bragaparques fazem cair executivos camarários à custa de negócios obscuros. Mais valia pôr-se a milhas para a galáxia mais próximanão vá a PJ apanhar-lhe um escuta telefónica que o comprometa ou então talvez se devesse dedicar à recolha dos calhaus que caiem do céu que mais não são do que asteroides do seu próprio sistema solar que andam a poluir a nossa atmosfera.



«Americano está em Portugal a vender terrenos na Lua por 25 euros o hectare 10.05.2007 - 23h44 Lusa
Dennis Hope, um americano que se nomeou Presidente do Governo Galáctico, está em Portugal para vender terrenos na Lua "com vista para a Terra", um negócio que começou há mais de 20 anos e parece render-lhe milhões.
Num luxuoso hotel de Lisboa, Dennis Hope deu esta manhã uma conferência de imprensa para inaugurar a Embaixada Lunar em Portugal, um espaço na internet onde qualquer um pode comprar "a sua propriedade com vista para a Terra" por 25 euros o hectare. O homem diz ser dono da "única agência imobiliária legalmente habilitada para vender terrenos no espaço" e já negociou certificados de propriedade com mais de 300 mil pessoas. Entre os seus clientes estão personalidades políticas como Ronald Reagan, Jimmy Carter e George W. Bush e as estrelas de Hollywood Nicole Kidman, Clint Eastwood, Tom Cruise e John Travolta, garante o site www.embaixadalunar.com. A partir de hoje, também os portugueses podem adquirir uma propriedade por 25 euros o hectare, recebendo como garantia uma Escritura Lunar, uma Constituição, um mapa da propriedade, os Direitos Minerais e uma cópia da declaração original de detenção de propriedade da Lua. "Não acredito que alguém pense que está realmente a adquirir um hectare da Lua", disse o jurista da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), Luis Salvador Pisco. "Em termos legais esta é uma situação em que as pessoas não poderão vir a invocar que houve uma burla, porque é demasiado evidente o que se está a passar. Suspeito que nenhum tribunal possa vir a dar razão" a futuros queixosos, alertou o jurista. No entanto, e de acordo com vários sites na internet, o negócio já rendeu mais de seis milhões de dólares (4,4 milhões de euros) e a Embaixada Lunar garante aos futuros clientes ser impossível vender o mesmo terreno a mais de uma pessoa. A embaixada fornece ainda informações pertinentes aos futuros proprietários, como a distância da Terra a que ficará o seu novo terreno: 384.400 quilómetros. O lunático projecto que hoje chegou a Portugal começou em 1980, quando Hope foi ao registo de terras de San Francisco (Califórnia, Estados Unidos) e requereu a propriedade de todo o sistema solar, à excepção da Terra e do Sol. O americano reclamou a propriedade da Lua e de outros planetas baseando-se numa lei do Velho Oeste norte-americano do século XIX, "que concede a propriedade de terras devolutas as primeiro que as reclamar", explica o site. Dennis Hope enviou cartas aos governos dos Estados Unidos da América e da Rússia e à Assembleia-geral das Nações Unidas. Sem qualquer resposta às suas missivas, interpretou o silêncio como concordância e hoje afirma ser o "legítimo dono do sistema solar".

Friday, May 11, 2007

Honestos e tótós

Honestidade e Tótózismo


Depois de um período de intensa actividade de jogo de cintura a ver se passava incólume entre tanto calduço que o povo se preparava para aplicar na minha imaculada nuca não habituada a ataque à falsa fé acho que está na altura de discutir estes conceitos pois quanto mais não seja são fundamentais para a manutenção da sanidade mental de qualquer um e segurar amizades para continuar esta caminhada que se aproxima.
Do ponto de vista do fenómeno puro podemos dizer que o cúmulo da tótózice seria encontrar um bilhete premiado da lotaria no meio do chão e pôr um anúncio no jornal à procura do seu verdadeiro proprietário (para os restantes casos análogos peço ao leitor que envide esforços através da sua capacidade imaginativa). Entre esta categoria e a honestidade pura e simples existe uma gradação de situações.Um deles é dizer a uma nossa amiga, que nos conta toda contente que acabou de fazer um novo penteado porque estava farta do seu antigo visual, que achamos horrorosa esta sua nova faceta. De alguma forma o próprio chegará a essa conclusão, senão chegar é fugir como o diabo da cruz de lho dizer. Pode parecer que é um gesto de amizade, mas é tótózismo no seu quase mais puro estado.
Já, pelo contrário, mudar pequenos defeitos dos nossos amigos ou íntimos, desde que lhe não digamos na cara que não os suportamos mais, têm toda a legitimidade e serve-nos, ainda, para poder atestar que usamos de toda a franqueza porque pensamos existir entre nós uma sólida amizade que resiste com facilidade a pequenos dissabores. Além de se ser honesto ainda se fica bem visto.
Entre estes dois extremos deixo ao vosso cuidado , que sei que são inteligentes e bem formados, a liberdade para decidir.
No entanto surge aqui uma nova categoria que eu não sei se devo incluir ou não nos tótós: aqueles que tentam limpar a sua imagem espalhando por tudo o que é canto provas de uma vida exemplar mostrando que são verdadeiros arautos do sacrificio e honestidade. Então somos bombardeados com diplomas de universidades com expediente aos fins de semana e atestados sabe-se lá de quê. Será que devemos ser honestos ao ponto de lhes dizermos cara a cara: «Não te enterres mais?»

Thursday, May 10, 2007

Recadinho

Amigos espreitas

que olham espreitam e não dizem nada, por favor deixem a vossa «assinatura» nos comentários.
Vão ver que se sentem muito melhor.

Tuesday, May 8, 2007

Agora deu-me para a poesia

Camões, grande Camões, cego mas não tolo sabiamente escreveu sobre uns belos passarões que tentam subir bem alto mas que não têm asas para se aguentarem. Assim ao mais leve sopro dão magnificos trambolhões. Aqui fica o poema, leiam e digam de vossa justiça, porque eu já lavei a minha alma

Perdigão perdeu a pena

Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a u~a alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.

Luís de Camões

Saturday, May 5, 2007

Teoria dos seis graus de separação

Esta teoria diz-nos que entre cada ser humano não há mais do que seis graus de separação. Quando me explicaram a coisa deram-me um exemplo simples: eu conheço o padre, que conhece o bispo, que por sua vez conhece o cardeal que é grande amigo do Papa. De mim ao Papa não existe uma, mas várias cadeias, com menos de seis pessoas e é sobre isso que trata a teoria. Pode parecer estranho, mas afinal estamos extremamente perto de gente famosa, de um habitante nos antípodas ou mesmo talvez dos nossos supostos inimigos. Cada vez mais, num mundo mais pequeno sabemos que está sempre alguém perto. No entanto esta ligação em rede não parece trazer grandes benefícios pois é estranhamente selectiva. Serve perfeitamente para a propagação de boatos e modas mas não parece trazer grandes vantagens em termos de solidariedade pois se as pessoas se organizam para transmitir informação em rede, não parecem saber o que fazer com ela.

Tuesday, May 1, 2007

Leiam este artigo da Visao. É tão fácil falar! Pergunto-me se estes senhores que escrevem estas coisas fantásticas têm filhos e se vivem diariamente com eles. Cá para mim é paleio no masculino. Só os homens é que acham que sabem educar os filhos. O senhor esquece-se que a educação também é feita de cedências. Não todas claro. Uma criança só vê a fraqeza de um adulto se as cedências forem sistemáticas. Bem doseadas ensinam-nos a serem adultos condescendentes com o próximo.



Pergunto-me quando é que a maioria dos supostos tugas sofredores da bonomia nacional tão alardeada ( traduzo: estupidez crassa e imbecilidade latente)conseguirão perceber o que se retrata a seguir.... A DEVIDA COMÉDIA, Miguel Carvalho Quinta, 1 Março 2007 Criancinhas A criancinha quer Playstation. A gente dá. A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa. A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate. A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha. A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque acriancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente. A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando. A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua. Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta. É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada,semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa damoda, jantares e bares. A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada. A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numasférias à maneira. A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia oprocesso de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca». Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo.A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violênciaverbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e nadúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meufilho sou eu». A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha,continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazerporcarias». Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolasem zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a irparar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Sunday, April 29, 2007


Nesta minha incursão no questionar dos simbolos nacionais lembrei-me da tourada

Aqui vai algo que alguém escreveu no passado:


Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.
Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.
Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.
Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.
Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.
Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...
Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram asa canções.

in SANTOS, Ary dos, As Palavras das Cantigas (organização, coordenação e notas de Ruben de Carvalho). Lisboa, Edições Avante, 1995.

Apesar da brutalidade a tourada é um espéctaculo. O touro é um animal fantástico, avança sem medo. O forcado enfrenta-o. À rectaguarda os restantes apoiam-no. O que seria dele se o abandonassem? que carnificina! Quem vai ao touro tem de estar bem apoiado.Não concordam comigo?

Saturday, April 28, 2007


caros amigos

Impunha-se dizer algo sobre tão ilustre figura da sociedade portuguesa «O galo de Barcelos»
Como é que um bicho que não prima pela abundânciade neurónios nem pela complexidade de redes neuronais consegue ser omnipresente nas nossas vidas? O que é que fascina nesta figura?
Não é inteligente, só está bem quando domina o sector feminino da capoeira...passa a vida a arranjar as penas...
Gostava que me respondessem a esta dúvida toda a gente o detesta e dele fala mal..mas toda gente tem um exemplar dste icone nacional nem que seja num pano de cozinha. Porque será?

Wednesday, April 25, 2007

Como fazer discursos fantásticos em que ninguém percebe do assunto (nem o próprio orador)

Agora é que vão ser elas!
Só grandes discursos !! Conheço muita gente que nem precisa deste auxiliar. Falam falam e nem eles percebem de quê! Isto deve ter uma explicação fisiológica concerteza. Aqules neurónios devem funcionar de maneira desconexa. Uns casos interessantes para a medicina.
Seja como for esta tabela é uma sugestão para quem gosta de dar nas vistas e dar música ao som das palavras ainda que a melodia irrite os ouvidos mais sensíveis.

Thursday, April 19, 2007

Conselhos aos docentes(Lê e passa)Artigo copiado do Jornal de Notícias de 6 de Abril.Autor:ManuelAntónio Pina, em "Por outras palavras". Título:Conselhos aos docentes."Até ao fim do 2º período, ou seja, em 121 dias de aula, foramagredidos 157 professores nas escolas portuguesas, mais de um por dia. E, no período de avaliações e notas anterior às férias da Páscoa, a média disparou para dois por dia.Os números são da Linha SOSProfessor, mas a ministra continua a dizer que se trata de casos"pontuais"(e na verdade, muitos professores acabaram no hospital, tendo sido suturados com número indeterminado de "pontos"). A culpa é, obviamente, dos próprios professores, que, apesar das instruções doMinistério para que se acabe com o insucesso escolar, continuam a dar má notas. E, pior, a dar os programas. Fossem eles tão avisados comoos seus colegas ingleses, que (veio agora no "Daily Mail", citando umestudo governamental)deixaram de falar do Holocausto e das Cruzadas nas aulas com medo dos alunos muçulmanos, e adaptariam os programas aos interesses dominantes de grande parte dos alunos das nossasescolas públicas:futebol e toques de telemóvel. A Matemática, o Português, aHistória, a Física, etc, seriam dados só em colégios privados. Para que é que um futuro desempregado precisa de saber Matemática ou Física? Se viermais tarde a precisar de um diploma, poderá depois obtê-lo na Universidade Independente."

Wednesday, April 18, 2007

vamos lá se funciona

Não quero ser uma info-excluída,
Help

Tuesday, April 17, 2007

Pra começar

Este é um espaço de desabafos sobre a vida, partilha de receitas e , porque não, de maledicência! Já ouvi dizer que «dizer mal» faz muito bem ao fígado. Não tenho é a certeza que alguém vá ler o que eu escrevo!